Maria Rosa Granado de Almeida nasceu em 1908, celebrou recentemente 109 anos. Filha de Ricardo Augusto Granado e Laura de Oliveira Granado, Maria Rosa é a assinante com mais idade do ‘Mundo Português’ e espera continuar a sê-lo até 2020, altura em que quer renovar a assinatura do seu semanário favorito.
Maria Rosa ainda consegue ler muito bem todas as páginas do jornal, escreve, assina e usa o telemóvel diariamente sem o auxílio de óculos. Anda livremente sem qualquer apoio, mas claro, sem pressas, nem correrias.
A nossa assinante é uma autêntica máquina de calcular que ainda consegue fazer contas de multiplicar sem qualquer apoio, bem como dizer a tabuada de cima a baixo sem errar e, como se não bastasse, tem uma notável capacidade para o cálculo e faz contas de cabeça, de forma expontânea como muitos jovens não conseguiriam, com um raciocínio rápido e assertivo.
Ao jornal Mundo Português Maria Rosa falou um pouco do seu passado e daqueles que a acompanharam ao longo da sua vida.
Fizemos uma viagem no tempo, onde nos explicou como o seu pai, Ricardo Augusto Granado, deixou a sua terra, Almendra, em Vila Nova de Foz Côa, com apenas 11 anos de idade para vir trabalhar para Lisboa, mais concretamente na antiga ‘Afonso Viana’, onde ajudou a implantar as manteigas da empresa no mercado.
Mais tarde, veio a formar a Sociedade Vilarinho & Ricardo sediada na Rua da Prata, a mesma rua onde guarda na recordação o número 227, onde habitava.
A sociedade tinha vários armazéns, fábricas e uma torrefação, perto de Campo de Ourique. Infelizmente, mais tarde, o seu pai viria a adoecer durante dois anos e acabaria por morrer.
Deixou a sociedade ao seu sócio, Sr. Vilarinho, que criou juntamente com novos associados aquele que seria um dos cafés mais conhecidos e populares de Lisboa na sua altura, o Café Chave D’Ouro, inaugurado em 1916, no local de uma antiga casa de ferragens com o mesmo nome, no Rossio.
Ocupava um edifício inteiro onde funcionavam restaurante, café, salão de chá, tabacaria, barbearia e era o café com mais mesas de bilhar da capital. A entrada principal apresentava, sobre a porta, uma escultura de pedra de lioz, representando um anjo de asas abertas, imagem de marca do café que mais tarde seria substituída por uma mais modernista.
(…) Maria Rosa Granado de Almeida orgulha-se em dizer que lê semanalmente o jornal ‘Mundo Português’, sem saltar uma página. Não leio outro jornal, o ‘Mundo Português’ é o melhor jornal. Gosto muito de ler, referiu (…)
Orgulhosa relembrou o marido foi um casamento de amor, desabafou com saudade e acrescentou, eu não me dediquei a nenhuma profissão, naquele tempo era assim. Naquele tempo era só piano. Hoje já não toca piano mas gosto muito de ouvir, referiu ao nosso repórter. Gostava muito de dançar o tango, mas agora já não, acrescentou com um sorriso.
Acerca dos 109 anos que comemorou com a família numerosa, entre filhos, netos e bisnetos, referiu nunca pensar chegar a esta idade, já estou um pouco cansada. Não é de ninguém é de mim, desabafou. Maria Rosa Granado de Almeida orgulha-se em dizer que lê semanalmente o jornal ‘Mundo Português’, sem saltar uma página. Não leio outro jornal, o ‘Mundo Português’ é o melhor jornal. Gosto muito de ler.
Quando lhe perguntámos se ainda consegue ler as letras pequeninas exclamou com energia: – por amor de Deus, e começou a ler um pequeno texto do jornal em voz alta. É caso para dizer que ler e assinar o ‘Mundo Português’ dá saúde e faz viver mais anos. Com assinantes assim este jornal terá uma vida muito longa e como sempre na defesa dos valores familiares, geracionais e da Língua Portuguesa.
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